

Os Quatro
Depois de integrar o crescimento e a expansão dos Três, o Louco sentiu que sua jornada o chamava para um novo estágio: o do Quatro. Onde os Três representavam a criação e o movimento, o Quatro era o número da estabilidade, da estrutura, da solidez que sustenta o crescimento contínuo. O Louco compreendeu que, para tudo o que se expande, há a necessidade de fundações firmes que proporcionem equilíbrio e ordem. Era a base sobre a qual o mundo se construía.
Ao caminhar por uma vasta planície, o Louco viu grandes estruturas erguidas em intervalos regulares, todas simétricas e bem equilibradas. O número quatro dominava a paisagem — quatro pilares, quatro direções, quatro elementos em equilíbrio. A energia que emanava desse lugar era de estabilidade e controle. Era o momento de construir algo duradouro, algo que não apenas florescesse, mas que pudesse resistir ao teste do tempo.
O Louco sabia que cada um dos Quatro lhe ofereceria uma lição sobre estrutura e disciplina, elementos essenciais para que ele pudesse avançar em sua jornada com segurança e firmeza.






O Quatro de Ouros


A primeira visão que chamou a atenção do Louco foi a de um homem segurando firmemente quatro moedas douradas — o Quatro de Ouros. A energia desse símbolo era de posse e controle, de um desejo de manter o que foi conquistado. O Louco percebeu que esse Quatro representava a segurança material, mas também a linha tênue entre proteger o que se tem e ser dominado pelo medo da perda.
Ao se aproximar, o Louco tocou uma das moedas e viu-se envolvido por uma sensação de contenção. Ele percebeu que o Quatro de Ouros lhe falava sobre o equilíbrio necessário para preservar suas conquistas, mas sem cair no apego excessivo. A lição deste símbolo era clara: proteger suas posses é necessário, mas o medo da perda pode aprisionar. O Louco entendeu que a segurança vem não apenas de acumular, mas de saber quando soltar.
Ele aprendeu que o verdadeiro poder do Quatro de Ouros não estava apenas em acumular riquezas materiais, mas em usar esses recursos com sabedoria, mantendo o equilíbrio entre guardar e gastar. Esse símbolo falava sobre o controle necessário para garantir a estabilidade financeira, sem permitir que o medo do desconhecido paralise o progresso.
O Quatro de Espadas


Mais adiante, o Louco viu uma figura deitada, em repouso, com quatro espadas dispostas ao seu redor — o Quatro de Espadas. A energia deste símbolo era de descanso, de recuperação mental e espiritual após períodos de intensa atividade. O Louco percebeu que, assim como o corpo precisa de repouso, a mente também exige momentos de pausa para restaurar suas forças.
Ao tocar uma das espadas, o Louco sentiu uma profunda calma invadi-lo. Ele entendeu que o Quatro de Espadas simbolizava a necessidade de parar e refletir, de buscar paz e clareza interior após os desafios enfrentados. A jornada até então tinha sido cheia de movimento, expansão e confronto com novas realidades, mas agora era o momento de recuar, de encontrar um espaço para descansar e curar.
Esse símbolo ensinava ao Louco que, antes de seguir adiante, era vital recuperar o equilíbrio mental. O Quatro de Espadas falava sobre o poder da introspecção, da meditação e do descanso estratégico para garantir que a próxima fase da jornada fosse enfrentada com clareza e força renovada. Ele aprendeu que, para continuar crescendo, era necessário fazer pausas e cuidar de sua saúde mental e emocional.
O Quatro de Copas


O Louco, em seguida, avistou uma figura sentada sob uma árvore, com três taças diante dela e uma quarta oferecida por uma mão celestial — o Quatro de Copas. A energia desse símbolo era introspectiva, marcada por uma sensação de insatisfação e reavaliação emocional. O Louco sentiu que esse Quatro representava a necessidade de olhar para dentro, questionar o que realmente traz satisfação emocional e buscar um sentido mais profundo.
Ao se aproximar e tocar uma das taças, o Louco foi invadido por uma sensação de apatia, como se estivesse preso em um ciclo de insatisfação com as ofertas que o mundo lhe apresentava. Ele entendeu que o Quatro de Copas representava um momento de reflexão sobre suas emoções e desejos, um chamado para reavaliar o que realmente lhe traria felicidade.
Esse símbolo ensinava ao Louco que, embora fosse importante buscar novas experiências emocionais, também era essencial não se perder em uma insatisfação constante. O Quatro de Copas lhe mostrava que, para encontrar equilíbrio emocional, era preciso aprender a reconhecer o valor das oportunidades que surgiam, mesmo quando elas não pareciam exatamente o que ele esperava. Ele aprendeu que a estabilidade emocional vinha de dentro, e que a gratidão e a aceitação faziam parte desse equilíbrio.
O Quatro de Paus


Por fim, o Louco encontrou uma visão alegre e acolhedora: quatro bastões erguidos em celebração, cercados por flores e uma comunidade festiva — o Quatro de Paus. A energia desse símbolo era de realização, de celebração após o trabalho árduo, de estabilidade alcançada através de um esforço compartilhado. O Louco sentiu que este Quatro representava a segurança que vem da construção de algo sólido e o prazer de celebrar essa conquista.
Ao tocar os bastões, o Louco foi inundado por uma sensação de alegria e contentamento. Ele viu-se cercado por amigos, todos celebrando uma conquista comum. O Quatro de Paus simbolizava o equilíbrio entre o esforço e a recompensa, o momento em que se pode descansar e apreciar o que foi construído.
Esse símbolo o ensinou que, para viver com estabilidade, não se trata apenas de trabalho e disciplina, mas também de celebrar as vitórias ao longo do caminho. O Quatro de Paus falava sobre a importância da comunidade, da união de esforços para alcançar algo maior. Ele aprendeu que, após a construção de uma base sólida, era vital reservar tempo para a celebração e o reconhecimento das conquistas.


A Estabilidade dos Quatro
Após meditar sobre cada um dos Quatro, o Louco percebeu que a jornada até aqui o havia preparado para entender a importância da estabilidade. Se os Três ensinavam sobre a expansão e a criação, os Quatro falavam da necessidade de estrutura, de ordem e de firmeza. A vida não poderia se sustentar apenas no caos da criação; era necessário construir bases sólidas para que o crescimento se mantivesse.
O Louco agora compreendia que o equilíbrio e a segurança estavam em todas as áreas de sua vida: no material, no mental, no emocional e no espiritual. O Quatro de Ouros lhe ensinava o valor de proteger o que era seu, o Quatro de Espadas mostrava o poder do descanso e da recuperação, o Quatro de Copas o lembrava de encontrar satisfação em suas emoções, e o Quatro de Paus celebrava a estabilidade conquistada e a alegria de viver em comunidade.
Com essas lições integradas, o Louco seguiu adiante, sabendo que a jornada continuaria a desafiá-lo, mas que agora ele tinha uma base firme sobre a qual construir. Ele havia compreendido a importância das fundações, e estava pronto para o próximo capítulo de sua aventura.





